O que é Mielopatia | Prof. Doutor Rodrigo Gorayeb

Mielopatia

É o conjunto de doenças da medula espinhal. O compromisso desta e dos seus componentes vizinhos, tais como revestimentos e raízes nervosas, desencadeia uma síndrome clínica por compressão geralmente caracterizada por fraqueza e falta de coordenação nas mãos, além de desequilíbrio em movimento.

Entre as suas causas encontramos lesões traumáticas ou por infecção, inflamação, carências bioquímicas, etc. A mais frequente será a espondilolistese degenerativa que provoca o estreitamento do canal espinhal que origina a compressão sobre a medula. Em associação podemos encontrar também as hérnias discais e as hipertrofias do ligamento amarelo. Mais raramente encontramos as doenças oncológicas, como a leucemia ou os linfomas, doenças autoimunes, caso do lúpus, sarcoidose e doenças desmielinizantes, tal como a esclerose múltipla ou a doença de Devic.

A sua progressão é maioritariamente lenta com períodos de crise caracterizados pela degradação alternados com períodos de estabilidade.

Existem dois tipos de mielopatia: completa e incompleta. Na primeira não encontramos qualquer sensação abaixo do local de lesão, afectando completamente as funções sensitiva e motora abaixo do mesmo. Na incompleta existem algumas limitações funcionais parciais ou totais.

Entre os sintomas encontramos rigidez musculares, parestesias, dormência e sensação de “formigueiro”. Nos membros superiores temos muitas vezes descoordenação e fraqueza musculares, na marcha apresenta-se instabilidade e reduzida capacidade para subir e descer obstáculos.

O diagnóstico e tratamento precoces são essenciais para um melhor resultado clínico.

O tratamento não cirúrgico é o preferencial na maioria dos casos, com melhores resultados associados à precocidade do diagnóstico e menos compromisso funcional. Através dele procura-se reduzir a inflamação nervosa, aliviando a dor e possibilitando a melhoria da execução de funções do doente. Pode envolver fisioterapia, medicação e modificação comportamental. A cirurgia é considerada quando há insucesso do tratamento conservador, compromisso funcional significativo ou quando a doença já se apresenta em estado avançado.